
Missões
Fazer missões ou praticá-la não é uma escolha pessoal, é uma escolha de Deus. Quando fazemos missões estamos abençoando a outros com o poder transformador do Evangelho. A Palavra do Senhor nos alerta: “como ouvirão se não há quem pregue, e como crerão?” (Rm. 10.14c). Portanto, o mundo precisa de pessoas que se comprometam com a missão de Deus em pregar e anunciar as boas novas de salvação “Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz” (Rm.10:15). O que você irá fazer?
1. Compromisso daqueles que ficam
1.1 Missões, tarefa de todos
Todos os cristãos são vocacionados, de forma geral, para a Grande Comissão. Os que não podem ir além das fronteiras (Judéia, Samaria e a até os confins da terra; At 1.8), sejam elas étnicas, geográficas ou culturais, devem participar do envio e sustento de outros. Ao mesmo tempo, devem anunciar e fazer discípulos no seu próprio contexto (Jerusalém). Sempre haverá vagas para o trabalho no Reino de Deus, pois há muito que ser feito (Mt 9.37). É Deus quem dá o crescimento à sua obra, mas existem diferentes tarefas na seara, como plantar, regar e colher (1 Co 3.7-9)
1.2 Compromisso com os que estão perto
Nem todo cristão poderá ir a outros campos, mas pode contribuir com a tarefa missionária alcançando com o evangelho os que estão perto. Alcance sua família, André depois de conhecer e seguir a Jesus, chamou seu irmão Pedro e o levou ao Messias (Jo 1.40,41); alcance seus vizinhos e amigos, como fez Cornélio ao reunir seus parentes e amigos para ouvir a mensagem pregada pelo apóstolo Pedro (At 10.24); alcance seus colegas de trabalho, viva sua fé em sua profissão e de forma interpessoal, para que possas compartilhar abertamente a mensagem do evangelho. Há pesquisas que afirma que 87% das pessoas que vêm a Jesus, foram apresentadas por um amigo.
1.3 Compromisso com os que estão longe
Aqueles que ficaram devem contribuir com o cumprimento da missão por parte daqueles que foram enviados. Além da oração e contribuição fiel, sistemática e sacrificial, os cristãos podem envolver-se de forma pessoal e afetiva com os missionários, criando laços de amizade e zelando pelo seu cuidado integral. Devemos compreender que todos precisam de cuidados. Nossa espiritualidade não anula nossa humanidade (2 Tm 4.9; Fp 4.10,14). Há muitos missionários que, infelizmente, tem experimentado o abandono moral, afetivo, logístico, financeiro e espiritual. Precisamos mudar esse quadro!
2. Compromisso daqueles que vão
2.1 “Quem enviarei? Quem irá por nós?”
A vocação específica de Deus, leva em consideração os dons e talentos de cada um. Os dons são correspondentes com os ministérios que exercemos. A maioria dos estudiosos dos dons espirituais colocam a palavra “missionário” como um dom ou função. Aquele que é chamado por Deus dessa forma específica, deve aprimorar o seu dom através da oração, serviço e preparo (1 Tm 4.14). Quando Deus chama uma pessoa, Ele faz de forma nominal, e não admite substitutos; de forma específica, nem sempre ele diz o lugar, mas o motivo sempre fica claro; de forma soberana, Ele chama quem Ele quer; de forma coerente, de acordo com os dons e habilidades; e de forma auto capacitadora (Êx 3.10-12; 2 Co 3.5).
2.2 “Eis-me aqui”
Alguns passos são importantes para aqueles que se comprometem em ir: Informe-se, entenda os fundamentos teológicos da missão, estude sobre a história da missão e conheça os desafios; faça uma viagem missionária, cerca de 35% dos missionários que estão no campo começaram assim; levante seus olhos e veja, olhe para o Senhor e creia que Deus pode transformar o pouco em muito. William Carey começou uma grande obra com a oferta de 12 homens que contribuíram com uma quantia de pouco mais de 13 libras esterlinas; levante seus pés e vá, não tenha medo, Jesus nos garante seu poder, autoridade e presença.
2.3 “Envia-me a mim”
Na busca pelo entendimento da vocação, especialmente no contexto missionário, somos levados a pensar em “lugares” e é comum se perguntar a um vocacionado: para onde Deus o chamou? Ronaldo Lidório afirma que o chamado é funcional e não geográfico. Vocação é o que faremos e não para onde iremos. Existem diversas maneiras de servir na obra missionária: missionários tradicionais (longo prazo, carreira), aquelas pessoas chamadas, treinadas e enviadas para dedicarem-se em tempo integral; missionários nativos ou autóctones, aqueles que atuam dentro de sua própria cultura; missionário de base, exerce sua função e ministério ligado à base da missão; missionário fazedor de tendas, são aqueles que vão para o campo missionário para trabalhar em sua profissão; missionário empresário, é o vocacionado que desenvolve um negócio missional e transformacional.
3. Resultados de uma igreja compromissada
3.1 Frutos de uma igreja compromissada
Quando uma igreja local passa a, de fato, se envolver com a obra missionária e o compromisso da evangelização mundial, ela começará a ver frutos saudáveis tanto perto quanto longe. Ela será identificada como um povo de natureza missionária, formada por cristãos conscientes e compromissados com a missão. Crentes assim têm interesse pela evangelização, sabem da sua importância perto ou longe. São conscientes de que a missão da igreja inclui os que vão e os que ficam, os que descem o poço e os que seguram a corda. Essa igreja compreende que jamais pode ficar presa entre quatro paredes. Eles estão dispostos a lançar a rede em alto mar, dispostos a estar com Cristo onde a luta se travar, como diz o hino 212 da Harpa Cristã
3.2 Uma igreja fiel e generosa
Uma igreja compromissada com missões se alegra quando é convocada para doar, e faz com generosidade (At 11.27–30). Entendem que não se trata de “ajudar” o missionário, mas se sentem compromissados em dar suporte e apoio a longo prazo. Os crentes de uma igreja missionária estão dispostos a servir com suas rendas não somente entregando seus dízimos, mas também investindo generosamente em Bíblias, folhetos, projetos sociais, viagens missionárias, treinamento para vocacionados, construção de templos e plantação de novas igrejas.
3.3 Uma igreja que tem suas necessidades supridas
Uma das promessas mais extraordinárias da Palavra de Deus é esta, enunciada pelo apóstolo Paulo: “O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus” (Fp 4.19). A promessa feita aos filipenses é de que Deus irá suprir a todas as necessidades. A palavra “todas” traz o conceito de integralidade na missão. Os desafios da missão estão ligados às necessidades tanto do missionário quanto da igreja. A igreja que investe corretamente e usa os recursos do Reino de forma acertada terá todas as suas necessidades supridas. Quando uma igreja faz com que as missões sejam a prioridade, ela passa a usufruir as bênçãos do Senhor de maneira maravilhosamente abundante.
Conclusão
Alcançar “todas” as nações não é uma possibilidade, é um decreto eterno que se cumprirá, com ou sem nossa participação. Se não nos envolvemos, Deus usará outros. Mas, se quisermos ser crentes saudáveis, precisamos desenvolver nossa função nesse processo.