A segunda vinda de Cristo é uma promessa central da fé cristã, mas também motivo de questionamentos e escárnio por parte de muitos. Por que, após dois mil anos, Jesus ainda não voltou? A segunda epístola de Pedro oferece uma perspectiva esclarecedora sobre esse tema, abordando a relação de Deus com o tempo, o propósito da demora, a forma da vinda de Cristo e suas implicações para a criação e a conduta dos crentes.
O Tempo na Perspectiva de Deus
Pedro nos lembra que “um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia” para o Senhor (2Pe 3.8). Deus é eterno e não limitado pelo tempo humano. Ele vê passado, presente e futuro em um único momento. A aparente demora da segunda vinda de Cristo, portanto, não é negligência divina, mas parte de um plano eterno que escapa à nossa compreensão.
O Propósito da Demora
A longanimidade de Deus é a chave para entender a demora. Ele não quer que ninguém pereça, mas que todos se arrependam (2Pe 3.9). Cada dia que passa é uma nova oportunidade para os perdidos encontrarem salvação. Essa paciência divina reflete o desejo de Deus de que o maior número possível de pessoas alcance a vida eterna.
A Forma da Vinda de Cristo
Pedro afirma que o Dia do Senhor virá como um ladrão, inesperadamente (2Pe 3.10). Esse dia será marcado por eventos catastróficos, como a dissolução dos elementos da terra pelo fogo. No entanto, os crentes são exortados a permanecer alertas e preparados, vivendo em santidade e piedade enquanto aguardam o retorno do Senhor.
O Impacto na Criação
A segunda vinda de Cristo trará uma transformação cósmica. Os céus e a terra serão purificados e renovados, preparando o cenário para “novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça” (2Pe 3.13). Essa renovação não é motivo de medo para os remidos, mas de esperança, pois marca o início de uma eternidade gloriosa.
Exortações à Igreja
Pedro conclui sua carta com orientações práticas:
- Viver em santidade e paz – A expectativa da volta de Cristo deve motivar uma vida irrepreensível e livre de conflitos.
- Aceitar a verdade de Deus – Os crentes são chamados a firmar-se nas Escrituras, rejeitando as distorções dos falsos mestres.
- Crescer em graça e conhecimento – A maturidade espiritual é essencial para enfrentar os desafios e perseverar até o fim.
A Responsabilidade da Igreja
Os crentes têm o privilégio e a responsabilidade de “apressar” o Dia do Senhor (2Pe 3.12), cumprindo a missão de proclamar o evangelho a todas as nações. A pregação da Palavra é um elemento central para a consumação dos planos divinos.
Conclusão
A segunda vinda de Cristo não é uma questão de “se”, mas de “quando”. Portanto, enquanto aguardamos esse dia glorioso, somos chamados a viver em santidade, além disso, a compartilhar o evangelho e a crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor. Assim, que essa expectativa fortaleça nossa fé e nos conduza a uma vida que glorifica a Deus em todas as coisas.
Maranata, ora vem, Senhor Jesus!