
Homem Sofrendo
A Queda da Raça Humana
Uma das causas do sofrimento humano é, sem dúvida, a queda do homem, marcada pela transição de seu estado original de perfeição para uma condição de pecaminosidade. Embora más escolhas, comportamentos inadequados e fatores externos também possam gerar sofrimento, as Escrituras Sagradas atribuem sua origem à decisão de Adão de desconsiderar o que Deus valorizou e preferir o que Ele rejeitou. Após completar a criação, Deus contemplou tudo o que fizera e declarou ser “muito bom” (Gn 1.31). Mesmo conferindo a Adão liberdade para obedecer ou desobedecer, Deus estabeleceu que seu relacionamento com a humanidade se basearia na livre escolha. Ele amava o ser humano e esperava que esse amor fosse correspondido de maneira voluntária. Apesar de conhecer a possibilidade de rebeldia humana, Deus não retirou a capacidade de escolha do homem.

A Degeneração da Raça Humana
Não se limitando a pecar e afastar-se de Deus, a humanidade seguiu caminhos de maldade. Caim, o primogênito de Adão e Eva, desagradou a Deus, e sua oferta foi recusada, pois Deus valoriza o ofertante antes da oferta. Mesmo sendo advertido pelo próprio Deus, Caim escolheu dar vazão à sua ira, matando seu irmão Abel, cuja vida e oferta foram aceitas por Deus. Entre os descendentes de Caim, destaca-se Lameque, que matou dois homens e até compôs uma canção relatando suas ações violentas. A propagação da violência e da corrupção alcançou proporções extremas, levando Deus a destruir o que criara, preservando apenas Noé e sua família.
Essa narrativa revela a tendência humana ao mal, evidenciada pelos crimes previstos nas leis de diversas nações e pelas punições reservadas aos infratores. Jeremias declarou: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jr 17.9, ARA). A inclinação humana para a maldade não encontra limites.
O ser humano pode praticar o bem? Certamente. Jesus afirmou: “Se vós, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos…” (Mt 7.11). A prática do bem reflete a imagem de Deus em nós. A experiência de ser pai ou mãe pode transformar comportamentos para melhor, mas essas mudanças costumam ser temporárias. Em síntese, pertencemos a uma humanidade corrompida pelo pecado, que necessita de reconciliação com Deus por meio de Jesus Cristo.
O Novo Nascimento e o Sofrimento
O novo nascimento é essencial à vida cristã. Contudo, mesmo após essa experiência espiritual, o crente não está imune às tribulações. O cristianismo jamais prometeu uma existência livre de adversidades. Qualquer ensino contrário carece de respaldo bíblico.
Dificuldades são parte da realidade cristã, em diferentes intensidades. Os crentes hebreus receberam uma carta de um autor desconhecido, inspirado pelo Espírito Santo, para que mantivessem sua fé diante das perseguições. O apóstolo Paulo enfrentou inúmeros desafios por amor ao evangelho, confirmando o que Deus dissera a Ananias: “Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, dos reis e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome” (At 9.15,16).