A fortuna obtida com língua mentirosa é ilusão fugidia e armadilha mortal.
Provérbios 21:6
Tratar deste assunto para alguns não parece ser tão espiritual, devido a isso torna-se um tema um tanto controverso em nosso meio. A tendência é que hajam dois perigos caracterizados pelo extremismo. De um lado falsos mestres avarentos que abusam do assunto e causam ações destrutivas, e do outro lado, muitos que rejeitam os preciosos conselhos da Palavra de Deus. Tanto um lado quanto outro devem ser evitados.
1. A fonte de toda a riqueza
1.1 Deus é a fonte
É de Deus que vem tudo aquilo que necessitamos (Fp 4.19; 2 Co 9.8), é o Senhor a fonte de toda riqueza. Deus é o criador e o dono de tudo o que existe no céu e na terra (Sl 24.1). Deus falou através do profeta Ageu: “Tanto a prata quanto o ouro são meus (Ag 2.8). Portanto, precisamos usar tudo o que nos foi dado da melhor maneira, como bons mordomos de Deus, tudo deve ser usado para sua glória.
1.2 O princípio da honra a Deus
O verbo “honrar” significa “dar crédito ou merecimento”. E é isto o que Deus espera de seus filhos (Pv 3.9,10). Muito mais que dízimos e ofertas, Ele espera que o honremos com nossos bens. A Bíblia nos ensina que há um meio correto que devemos ter ao entregarmos nossas ofertas. O princípio em questão é a manifestação da honra, que expressamos por meio das ofertas. Quando esta não reflete a honra que Deus espera, então ela passa a estar numa condição de ser recusada. (Ml 1.6-10)
1.3 O princípio do dar e receber
Escrevendo a igreja de Filipos, Paulo agradece a ajuda financeira por eles enviada, e usa o termo “associar” para falar do relacionamento entre a igreja e o apóstolo (Fp 4.14). Logo depois ele apresenta este princípio (Fp 4.15,16). Quando Paulo agradece aqueles irmãos, ele explica que a sua intenção não era ser beneficiado, mas estava interessado que o crédito deles aumentasse diante de Deus (Fp 4.17). O receber não existe sem o dar.
2. O perigo de confiar nas riquezas
2.1 O amor ao dinheiro
Paulo escrevendo a Timóteo diz que “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (1 Tm 6.10). As sábias palavras do apóstolo nos adverte contra os perigos de alguém se tornar amante das riquezas. É importante ressaltar que o problema não é o dinheiro, mas o amor ao dinheiro. Nas palavras do escritor aos hebreus também encontramos preciosos conselhos sobre o perigo das riquezas, quando diz: “Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês têm, porque Deus mesmo disse: Nunca o deixarei, nunca o abandonarei” (Hebreus 13:5). O cerne da questão não é possuirmos riquezas, mas as riquezas nos possuírem.
2.2 O dinheiro pode se tornar um ídolo
Um ídolo é tudo aquilo que ocupa o nosso coração e obtém a honra que pertence exclusivamente a Deus (Is 42.8). Paulo ao escrever aos crentes de Colossos denunciou que os cristãos também estão sujeitos a terem seus ídolos escondidos em seus corações. O apóstolo afirmou isso, ao chamar a avareza de idolatria (Cl 3.5,6). Há pessoas tão apegadas ao dinheiro que fazem dele um ídolo em suas vidas. Quando vivemos em função das riquezas, deixamos de lado o senhorio de Cristo e passamos a ser escravos do dinheiro.
2.3 O princípio do contentamento
Em Filipenses 4.10-14, lemos a respeito da importância do contentamento através da vida de Paulo, pois apesar de estar passando por um momento de privação, ele não reclama das suas necessidades, mas afirma que aprendeu a viver contente em toda e qualquer situação. A única forma de não sucumbirmos à avareza e à ganância é nos submetermos à Palavra de Deus e desenvolvermos a virtude do contentamento, pois não devemos permitir o aprisionamento de nosso coração pelo “amor ao dinheiro”.
3. Integridade nas finanças
3.1 Princípio da integridade
Muitos acreditam que seus negócios e finanças devem viver desassociados de sua vida cristã. Alguns até argumentam que por vivermos em um país mergulhado na corrupção não dá para agir como a Bíblia diz. Entretanto, o desafio de ser íntegro e ético deve ser encarado com o fim de promover uma sociedade influenciada pelos valores da fé cristã. Ser íntegro implica rejeitar todo e qualquer tipo de mal e viver um comportamento moralmente aceitável em relação a nós mesmos, à nossa família, aos outros e a Deus.
3.2 Trabalhe diligentemente
Desejar riquezas sem trabalho é antibíblico: “As mãos preguiçosas empobrecem o homem, porém as mãos diligentes lhe trazem riqueza” (Pv 10.4). A prosperidade bíblica é fruto do trabalho. Em Provérbios 6.6-8 aprendemos sobre trabalhar diligentemente. A Palavra de Deus é taxativa ao mostrar que Deus não abençoa o preguiçoso e aquele que não tem ânimo para executar seu trabalho. A maneira bíblica de termos o nosso sustento é trabalhando dignamente (2Ts 3.10-12). Deus deseja que todos os homens sejam úteis e produtivos por meio do trabalho. Quando produzimos estamos vivendo eticamente e honrando a Deus. O trabalho, portanto, é uma dádiva de Deus aos homens.
3.3 Viva com simplicidade
Jesus viveu com simplicidade. Ele nos ensinou a confiar em Deus que veste os lírios do campo e alimenta os pássaros (Mt 6.26-38). Somos impelidos pelo exemplo de nosso Senhor a identificarmos o que é suficiente para nós, de modo que possamos voluntariamente dar o excesso ao nosso próximo. Ao agirmos assim, crescemos no princípio do contentamento e evitamos cair em armadilhas causadas pela ganância. Portanto, é importante lembrar que recebemos mais de Deus, não para que tenhamos mais, mas para que possamos dar mais.
Conclusão
É preciso encarar e entender a relação entre ética cristã e vida financeira, a fim de que saibamos lidar com o verdadeiro conceito de prosperidade à luz da Palavra de Deus, sempre lembrando que este mundo não é nosso lar final e que os perigos da riqueza são reais, pois o dinheiro não é a principal coisa de nossa vida e que a riqueza desonesta não compensa (Pv 16.8). Portanto, o que vimos nesta lição são alguns princípios que podem nos ajudar a entender que Deus se importa com nossa vida financeira e que deseja que andemos conforme sua Palavra nos orienta.
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